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Inseminação Artificial

No que consiste?

Esta consiste na introdução de uma amostra de esperma no útero da mulher.

 

O objetivo da inseminação artificial (IA) é respeitar ao máximo o ambiente natural dos gâmetas, proporcionando desta forma a fecundação e o aumento do potencial dos espermatozoides. Assim, pretende-se diminuir a distância que separa o oócito II e o espermatozóide, facilitando a fertilização.

Quando surgiu?

A inseminação artificial é uma das técnicas de reprodução assistida mais simples e a mais antiga. Apesar da crença comum de que esta é uma técnica moderna, pensa-se que começou a ser testada em humanos já no século XV, tendo ganho popularidade na década de 70 do século XX. 

Um dos casos mais antigos do uso desta técnica em PMA ocorreu no séc. XV com a rainha de Catela, infanta portuguesa,  Joana de Portugal ou Joana de Avis, respetivamente, que era casada com o rei Henrique IV de Castela.

Em que casos é indicado?
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Joana de Avis

Devido a uma deformação física na anatomia funcional do seu pénis (a  causa da sua impotência), o rei mandou chamar um médico judeu especialista que terá efectuado esta técnica no casal monarca. Estas práticas eram proibidas pela Igreja Católica, mas não pela lei judaica, permitindo, assim que o casal tivesse descendência para o trono (Juana de Castela).

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Com uso de esperma de dador:

  • Casais de mulheres ou mulheres solteiras que recorrem a um dador anónimo.

  • Homens com má qualidade de esperma ou ausência de espermatozoides.

  • Homens portadores de uma doença genética que não pode ser detetada nos embriões.

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Com uso de esperma próprio:

  • Casais com esterilidade de origem desconhecida.

  • Casais nos quais a mulher tem problemas de ovulação.

  • Em casos de alteração a nível do colo do útero, como formação de anticorpos anti espermatozóides ou muco cervical hostil.

  • Casais nos quais o homem apresenta defeitos leves ou moderados nos espermatozoides a nível de concentração ou mobilidade.

Malformações do pénis, impotência, vaginismo e ejaculação retrógrada, também são outras possíveis  causas de infertilidade que podem levar ao uso deste método.  ​

Como se prepara o esperma?

No dia da inseminação artificial, quando ocorre a ovulação, o homem tem de efetuar uma colheita de esperma. O esperma é tratado no laboratório do centro de PMA e posteriormente é introduzido dentro do útero da mulher através de um cateter de inseminação. 

A preparação do esperma na Inseminação Intrauterina consiste em selecionar e concentrar os espermatozoides com melhor mobilidade. Para isso, processam-se as amostras através de técnicas de capacitação ou preparação de esperma que permite eliminar espermatozoides mortos, imóveis ou lentos e otimizar a qualidade da amostra utilizada para a inseminação. Nesta fase de preparação do esperma é efetuada a descongelação da respetiva amostra previamente congelada ou é usada uma fresca.

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Como se realiza o procedimento?
Pré-inseminação

1.

Realização de exames.

Para se puder realizar a IA é necessário efectuar alguns exames, entre os quais, um exame para confirmar a permeabilidade das trompas (histerossalpingografia) e outro para avaliar qualidade do esperma (espermograma). 

2.

Estimulação ovárica e indução da ovulação.

Para além disso também é necessária uma  estimulação ovárica e indução da ovulação para aumentar as possibilidades de sucesso, uma vez que de forma natural a mulher só produz um folículo em cada ciclo menstrual.

3.

Realização de ecografias e análises.

Esta fase dura cerca de 10-12 dias. Durante este período são realizadas 3 a 4 ecografias, e, quando necessário, é analisado o nível de estradiol no sangue para verificar que o crescimento e a evolução dos folículos se encontram dentro da normalidade.

4.

Programação da Inseminação.

Quando estes atingirem a quantidade e tamanho adequados programa-se a inseminação artificial para cerca de 36 horas após a administração de uma injeção hCG que induz a maturação ovárica e a ovulação. 

Realização da Inseminação

A técnica de inseminação é essencialmente rápida e indolor (não requer sedação), sendo colocado um cateter especial (tubo) muito fino através do colo do útero.

Através deste cateter é introduzida uma pequena quantidade de sémen concentrado na cavidade uterina.

Pós-inseminação
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As pacientes permanecem deitadas cerca de meia hora, podendo depois regressar à sua atividade normal, normalmente,  medicadas com uma progesterona (de aplicação intravaginal) e ácido fólico. Decorridas três semanas e se não tiver ocorrido menstruação, deverá ser realizado um teste de gravidez.

A taxa de sucesso é de cerca de 15% por ciclo, sendo o limite máximo de ciclos a realizar 3-4, podendo no entanto ir até 6 nos casos de melhor prognóstico.

Os riscos associados a esta técnica são a Síndrome da hiperestimulação do ovário (situação muito rara) e a gestão múltipla resultante da estimulação ovárica cujo efeito é aumentar a probabilidade de gravidez.

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